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sexta-feira, 29 de maio de 2009

A imagem do Bom Jesus de Iguape


Bom Jesus de IguapeA Imagem que veio do mar
Corria o ano de 1647 quando a imagem do Bom Jesus de Iguape foi embarcada por portugueses católicos numa nau cujo destino era o Brasil. A viagem seguiu tranquila até o litoral do Estado de Pernambuco, onde a tripulação do navio português avistou navios piratas. Temerosa de que os piratas profanassem a imagem, o comandante colocou-a num caixote, para protegê-la. No mesmo caixote, colocou algumas botijas de azeite e lançou-o ao mar. As correntes marinhas o levaram ao sul da costa Brasileira.
Como era comum na época, dois índios dirigiram-se à Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, levando recado de Francisco de Mesquita, morador da Praia da Juréia.Os índios avistaram o caixote no mar, resgataram-no, inicialmente levados pela curiosidade, e ao abri-lo encantaram-se com a imagem do santo. Como tinham necessidade de prosseguir viagem para cumprir a tarefa que lhes fora dada por Mesquita, os índios colocaram a imagem na areia, ao lado das botijas e do caixote, deixando-a com o semblante voltado para o nascente.Dias depois, ao retornarem, eles verificaram com surpresa que a imagem estava virada para o poente. Ao chegarem no local em que moravam, contataram a novidade a quem encontravam no caminho. O líder local, Jorge Serrano, acompanhado de sua esposa Anna de Góes e do filho Jorge, dirigiu-se à praia do Una. Junto à imagem, Serrano e seus familiares, ajoelharam e rezaram, decidindo que a levariam para a Vila de Iguape, através do Maciço da Juréia.
Mas outro grupo soube do achado e juntou-se a jorge Serrano e sua família com o objetivo de levar o Bom Jesus para a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, então sede da capitania. Ao virarem a imagem em direção à vila, ela adquiriaum peso descomunal, tornando-se impossível carregá-la. Era o próprio Bom Jesus que se encarregava de dizer para onde queria ir pois quando voltada para a direção da Vila de Iguape, a imagem tornava-se repentinamente leve.
Após dias de caminhada, o grupo parou numa fonte para lavar a imagem, preparando-a para ser recebida pelos católicos na Matriz de Nossa Senhora das Neves. O riacho tornou-se conhecido como Fonte do Senhor e até hoje conta-se que a pedra em que a imagem foi colocada para o banho cresce continuamente, mesmo que romeiros e curiosos constantemente retirem lescas para levar como lembrança.
No dia 02 de novembro de 1647 a imagem finalmente chegou à Matriz. Não demorou para que a fama dos milagres atribuídos ao Senhor Bom Jesus ultrapassassem os limites da vila e se espalhassem pelas redondezas, atraindo fiéis dos mais longínquos rincões em busca de uma graça.
Em 1787 foi iniciada a construção da nova Igreja. A obra foi paralisada e retomada 30 anos depois. A Matriz foi inaugurada em 8 de agosto de 1856, em meio a uma grande festa religiosa para a mudança de todas as imagens para o novo templo.
Para sua preservação, desde 1946 a imagem original do Bom Jesus permanece entronizada no altar-mor da Basílica do Senhor Bom Jesus e uma réplica segue junto com a procissão que anualmente reúne milhares de fiéis levados pela fé e o maor.
Muito antes do histórico achado da imagem do Bom Jesus de Iguape, em 1647, a devoção ao Bom Jesus já existia no Brasil, trazida da Ilha dos Açores pelos imgrantes portugueses.De todas as imagens do Bom Jesus existentes no Brasil, a de Iguape é a mais antiga.
Foi também a partir de Iguape que a devoção se enraizou no Sul do Brasil. Cidade histórica de importância, Iguape participou ativamente do processo de povoamento do interior paulista e dos Estados sulinos, pela rota dos Bandeirantes, impulsionada pelas missões jesuíticas, a devoção ao Bom Jesus seguiu rumo São Miguel Arcanjo, Itapetininga, Sorocaba, chegando até Mato Grosso e Sul de Minas.Deixou em seu rastro inúmeras igrejas dedicadas ao Bom Jesus e novos centros de peregrinação: o Bom Jesus de Tremembé, o Bom Jesus dos Perdões e o Bom Jesus de Pirapora. Pela rota fluvial, a devoção estabeleceu-se no litoral paranaense (Paranaguá e Curitiba), catarinense (Florianópolis e Vale do Itajaí), principalmente depois da vinda, em 1748, de muitos imigrantes açorianos, tradicionais devotos do Bom Jesus. Todas as regiões mencionadas, até hoje, são os maiores centros de devoção ao Bom Jesus de Iguape.
O fato de a devoção se espalhar fortemente pelo litoral, em direção ao Sul, deu origem a algo muito curioso que caracteriza o Santuário do Bom Jesus de Iguape. Muitos pescadores devotos fazem barquinhos de madeira, ou pintados em quadros, trazendo-os para o Santuário em oferta ou agradecimentos. Outros soltam-nos ao mar na esperança de um dia chegarem às praias iguapenses. Alguns exemplos destes estão expostos na Sala dos Milagres.

2 comentários:

  1. Fonte: Família Massa, extraída do site - http://familia.massa.sites.uol.com.br

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  2. Eu achei muito interesante, é muito bonita Iguape.

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