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segunda-feira, 26 de março de 2012

O caiçara

Quando viajei para essa terra, fascinei-me com o “jeito de ser” do caiçara iguapense, principalmente por sua vontade de querer integrar-se à natureza de forma saudável e harmoniosa. Vi no caiçara um potencial cultural invejável, principalmente pelo fato de ainda resguardarem seus valores mais elementares.
Quando me fixei nessa terra, aos poucos fui descobrindo coisas fantásticas da cultura tradicional caiçara. Conheci o fandango e seus instrumentos, como a viola branca e a rabeca. Deliciei-me com uma culinária, ao mesmo tempo simples e sofisticada, simples por ter como base alimentar os produtos típicos da região, como a mandioca, o arroz e principalmente o peixe, sofisticada por ser, a meu ver, um tanto exótica, rica, saudável e acima de tudo saborosa.
Algo que me chamou a atenção em relação ao povo iguapense foi sua capacidade de festejar. Festejam aquilo que está na alma, relembram momentos de sua história, promovem eventos religiosos e também profanos. Enfim, sempre há um ar de alegria estampado no rosto de um caiçara.
Apesar de toda essa beleza, há algo que me preocupa, o pensamento de que tudo isso, um dia pode se perder. Vejo que os mais jovens nem sempre querem assimilar suas tradições, preferindo viver num mundo globalizado e desencantado, parece que querem ser inseridos ao consumismo ditado pela desenfreada economia capitalista. Muitos desses jovens acreditam que vivem no “atraso” e precisam ser lançados ao “progresso”, acham que o homem desenvolvido é aquele que vive preso em “jaulas de ferro”, puro engano. Infelizmente não percebem o quão importante é ter uma identidade cultural que os coloque no mundo como pessoas livres, dignas e felizes. 


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