Amo tudo aquilo que faz parte do meu mundo

segunda-feira, 26 de março de 2012

O caiçara

Quando viajei para essa terra, fascinei-me com o “jeito de ser” do caiçara iguapense, principalmente por sua vontade de querer integrar-se à natureza de forma saudável e harmoniosa. Vi no caiçara um potencial cultural invejável, principalmente pelo fato de ainda resguardarem seus valores mais elementares.
Quando me fixei nessa terra, aos poucos fui descobrindo coisas fantásticas da cultura tradicional caiçara. Conheci o fandango e seus instrumentos, como a viola branca e a rabeca. Deliciei-me com uma culinária, ao mesmo tempo simples e sofisticada, simples por ter como base alimentar os produtos típicos da região, como a mandioca, o arroz e principalmente o peixe, sofisticada por ser, a meu ver, um tanto exótica, rica, saudável e acima de tudo saborosa.
Algo que me chamou a atenção em relação ao povo iguapense foi sua capacidade de festejar. Festejam aquilo que está na alma, relembram momentos de sua história, promovem eventos religiosos e também profanos. Enfim, sempre há um ar de alegria estampado no rosto de um caiçara.
Apesar de toda essa beleza, há algo que me preocupa, o pensamento de que tudo isso, um dia pode se perder. Vejo que os mais jovens nem sempre querem assimilar suas tradições, preferindo viver num mundo globalizado e desencantado, parece que querem ser inseridos ao consumismo ditado pela desenfreada economia capitalista. Muitos desses jovens acreditam que vivem no “atraso” e precisam ser lançados ao “progresso”, acham que o homem desenvolvido é aquele que vive preso em “jaulas de ferro”, puro engano. Infelizmente não percebem o quão importante é ter uma identidade cultural que os coloque no mundo como pessoas livres, dignas e felizes. 


quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Internacional da Água

Um salve para o Lagamar

No dia 22 de março não dá para o povo do Vale do Ribeira pensar sobre a importância da preservação da água e de nosso planeta sem lembrar do Lagamar.


 O Lagamar abriga manguezais que serve de berçário para várias espécies marinhas, sendo considerado um dos cinco maiores criadouros marinhos do mundo.  
Mavos preservar este patrimônio

sábado, 17 de março de 2012

Diga não as barragens do Ribeira de Iguape

Uma das maiores ameaças a esse riquíssimo patrimônio socioambiental é o projeto de construção de barragens ao longo do rio Ribeira de Iguape. Estudo de inventário hidrelétrico aprovado pelo governo federal na primeira metade da década de noventa prevê a construção de quatro barragens (nomeadas Tijuco Alto, Funil, Itaoca e Batatal), com o objetivo de geração de energia e, supostamente, de contenção de cheias. No entanto, essas quatro barragens, se construídas, inundarão permanentemente uma área de aproximadamente 11 mil hectares, incluindo cavernas, Unidades de Conservação, cidades, terras de quilombos e de pequenos agricultores, além de alterar significativamente o regime hídrico do rio, o que traria prejuízos difíceis de mensurar. 


As barragens estão projetadas para o Médio e Alto Ribeira, regiões com maior presença da agricultura familiar e comunidades quilombolas. Há, portanto, uma clara ameaça aos grupos menos favorecidos historicamente. As barragens ameaçam também as comunidades que dependem da pesca e do extrativismo marinho no Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia-Iguape-Paranaguá, pois vários estudos já apresentados apontam para possíveis alterações na produtividade pesqueira dessa região com a construção das barragens.
http://www.socioambiental.org/inst/camp/Ribeira

Clique no link abaixo para ver a inundação que seria provocada pelas barragens e ver os territórios quilombolas.
http://www.socioambiental.org/inst/camp/Ribeira/map1.html